terça-feira, 13 de julho de 2010

REFLEXÕES ASTROLÓGICAS SOBRE A RESSACA DA COPA

“Copacabou”... Acabamos de voltar de um longo feriado e temos pela frente uma segunda-feira com cara de ressaca. Estamos todos fora de contexto. Ou é o contexto que está fora da gente? Não temos mais jabulani (e agora?) e o cenário da próxima Copa ainda está distante demais para animar. Na verdade, por enquanto, mais assusta que excita, por conta do trabalho que o país do futebol terá para honrar seu título.



Na falta de atores que assumissem seus papéis de senhores do destino, de escritores heróicos da história da Copa, restaram-nos alguns personagens como Paul, o polvo adivinho, e Maradona, o dançarino de tango em meio a um espetáculo insosso de ópera clássica, como em muitos momentos pareceram os jogos da Copa.



Maradona, o anti-herói, arrogante, temperamental, dono de um passado moralmente duvidoso... Mesmo nós brasileiros temos de reconhecer que ele é bem mais divertido que Pelé, pelo menos de longe. Maradona definitivamente rouba a cena. Poderíamos dizer que ele desafia os códigos de boa conduta e escolhe ser uma figura diferente.



Vejamos o que a astrologia tem a dizer a esse respeito. Maradona nasceu em 30/10/1960, às 07h05, em Buenos Aires. O signo e o ascendente em Escorpião já demonstram que ele veio para viver tudo com intensidade e com uma carga de magnetismo penetrante, que fascina e incomoda ao mesmo tempo, pois invade, provoca, assusta. Com sol em conjunção com Netuno, Mercúrio no ascendente e Urano rasgando o ponto alto de seu mapa, Maradona apresenta-se como um rebelde centrado em suas próprias convicções, alguém que exige muito do mundo e apega-se às forças sobrenaturais e intuitivas como um auxílio “secreto” de sua jornada. Nosso vilão brasileiro é um herói às avessas, mas nunca deixará de marcar sua passagem por onde quer que pise. Temos de reconhecer, isso não é para qualquer um. Louvável ou não, Maradona é um personagem que parece cumprir o roteiro excêntrico e desbravador de seu mapa.



O magnetismo provocativo de Maradona se contrapõe ao encantamento doce e curioso que despertou Paul, o polvo adivinho, no mundo todo. Suas certeiras previsões trazem a velha questão: estaria mesmo tudo escrito? Todos os roteiros seriam previsíveis, passíveis de serem vistos antes de ocorrerem? E o fato de os enxergarmos antes não nos faria mudar de direção? E essa mudança de direção, também já não estaria inclusa no grande mapa do destino?



O polvo representa, como todos os animais, o lado mais instintivo e intuitivo de nossa espécie, aquele que antevê, que enxerga com os poros, com as antenas, com o faro, com os tentáculos... Pobres de nós, seres humanos, que enxergamos apenas com os olhos da face (e olhe lá!).



Se até Maradona, um dos mais autênticos personagens contemporâneos, parece cumprir o roteiro desenhado em seu mapa astral, se heróis e vilões do esporte e da vida são produzidos de acordo com as andanças da roda da fortuna, onde mesmo estaria o espaço para nosso processo de escolha?



Ora, não vamos reinventar a roda. O mapa astral mostra um roteiro cheio de pontinhos a serem interligados por cada um de nós ao longo da vida. Alguns escolhem rabiscar o mapa fortemente, ignorando os indicadores iniciais, outros fazem curvas e curvas, passando diversas vezes pelo mesmo pontinho, já outros preferem interligar os pontos do modo como tudo parece estar ali para ser feito.



O fato é que viemos reconhecer nosso mapa, dialogar com ele, experimentá-lo em suas dores e sabores. Viemos buscar nosso tesouro do além-mar, mas que certamente só será encontrado nesse embate desafiador de nossa aceitação ou rejeição do roteiro da vida, do nosso destino. Dizem alguns que escolhemos esse roteiro antes de vir para cá, com base naquilo que precisamos aprender. Essa hipótese, pelo menos, nos coloca de volta no papel de escritores da história, e não de pacíficos cumpridores de rotas.



Seja qual for nosso tesouro, a verdade é que precisamos de uma boa dose de coragem e fôlego para buscá-lo, mesmo se não tivermos um roteiro aparentemente tão excitante quanto o de Maradona ou tão perceptivo quando o do polvo Paul. É preciso continuar, aqui ou acolá, afinal, desistir também é uma escolha. Como diriam os Engenheiros do Hawaii “quem duvida da vida tem culpa, quem evita a dúvida também tem”.

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