quarta-feira, 30 de junho de 2010

PESQUISA: ASTROLOGIA NAS UNIVERSIDADES

INÍCIO DA INTRODUÇÃO


Abordar o diálogo entre astrologia e ciência é sempre um processo delicado. Se a abordagem fosse do ponto de vista da adesão à astrologia, da crítica ao consumo pós-moderno do mercado de auto-ajuda, ah, nesse caso, “tudo bem, senhores, estudemos quantos crédulos financiam esse mercado esotérico de adivinhação”. Entretanto, quando tomamos de empréstimo uma vestimenta (linguagem, formatação, estrutura) acadêmica para tratar do objeto da astrologia enquanto campo do conhecimento, procurando localizar seu “lugar” em relação à ciência, às universidades e às disciplinas em geral, pode-se gerar a impressão de que há um estranho no ninho.




O mal-estar surge em função justamente do não lugar da astrologia, como se deixasse uma cadeira vazia no cenário acadêmico. Para quem não tem familiaridade com o tema, pode inferir que essa afirmação é pretensiosa, afinal, “por que uma cadeira estaria à espera de um assunto tão pouco relevante”?



Para justificar a relevância de um estudo como esse, recorro não somente à resistência histórica do conhecimento astrológico, mas a outras características, como seu respaldo popular, sua penetração mundial por vários setores sociais e classes econômicas, seu caráter multidisciplinar, que envolve elementos do campo de aconselhamento e de estudo da personalidade (aproximando-a da psicologia), do campo de cálculos e estudos físico-astronômicos, do campo de esoterismo, adivinhação e crenças, do campo da filosofia natural... A astrologia compõe-se de uma combinação instigante de elementos.



Apesar do cenário apontado já justificar a relevância de um estudo acadêmico, cabe ainda a lembrança de que a astrologia foi um dos problemas filosóficos que esteve sempre no limiar da ciência e que, outrora, já foi alvo de debates para que a demarcação dos limites científicos ficasse definida.



Esses debates, embora pertençam a outros séculos, não podem ser chamados de ultrapassados. Ainda hoje as demarcações da ciência são (ainda bem!) constantemente revistas, a partir do consenso de novos métodos e paradigmas. A astrologia ainda ocupa o tempo de alguns acadêmicos renomados, como veremos ao longo do texto.



Por esses motivos apresentados, estudar esse não lugar da astrologia nas universidades e na ciência em geral pode nos levar a redefinir elementos da própria ciência e de seus braços de produção de conhecimento.



Esse estudo foi realizado em uma das grandes escolas de astrologia do Brasil. Uma escola, que como qualquer centro de estudos comprometido com o conhecimento, procura fomentar congressos, pesquisas, debates e produção do saber. Mas pelo fato de se focar em um assunto que margeia a ciência, escolas como a Gaia conseguem espaços que têm um limite de diálogo com outros centros de pesquisas.



A fim de ampliar esse diálogo, apresento esse estudo, que foi realizado com trinta professores e estudantes universitários de instituições de São Paulo (ver apêndice), buscando compreender como a astrologia é vista no ambiente acadêmico e identificar as resistências e o grau de receptividade à área, visando abrir um espaço de reflexão sobre a possibilidade da astrologia ser ensinada em escolas de nível superior.


PARA LER O TEXTO INTEGRAL, CLIQUE ABAIXO (demora um pouco para abrir):



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